sexta-feira, 6 de março de 2020

Bollywoodcast # 4: Sanjay Leela Bhansali



BollywoodCast número 4 no ar! E desta vez temos um episódio muito especial porque recebemos nosso primeiro convidado: Pedro Custódio, nosso querido amigo antropólogo que conhecemos há mais de dez anos. Discutimos a carreira do diretor Sanjay Leela Bhansali, passando por cada um de seus filmes e analisando as principais características do diretor. O papo ficou tão longo que o episódio será postado em duas partes. Em breve vocês poderão conferir a parte dois.

Estamos no Spotify! Siga nosso podcast por lá para não perder nenhum novo episódio. Você também pode nos ouvir clicando no player abaixo ou fazendo download do episódio aqui.



Filmes citados:

Khamoshi: The Musical (1995)
Hum Dil De Chuke Sanam (1999)
Devdas (2002)
Black (2005)
Saawariya (2007)
Guzaarish (2010)
Goliyon Ki Rasleela: Ram-Leela (2013)
Bajirao Mastani (2015)
Padmaavat (2018)

Textos nossos para consulta:

Post da Carol sobre vida e obra do Bhansali
Post da Isa sobre as controvérsias por trás de Padmaavat
Resenha da Isa sobre Padmaavat
Resenha da Carol sobre Padmaavat
Nossa resenha de Devdas
Resenha da Carol sobre Ram-Leela
Resenha da Isa sobre Ram-Leela
Nosso episódio de podcast sobre Bajirao Mastani

terça-feira, 22 de maio de 2018

Bollywoodcast #3: Shahrukh Khan



Chegamos ao terceiro episódio do Bollywoodcast falando sobre o ator que iniciou a nós duas e a muitas outras pessoas no cinema indiano: Shahrukh Khan, o herói romântico das massas. Fizemos um passeio por sua carreira, desde os thrillers do início, até o auge como herói romântico e chegando aos nem sempre tão bons filmes atuais. Nossa opinião mudou bastante durante a conversa e queremos saber a sua! Conte nos comentários o que pensam sobre o podcast e esse ícone de Bollywood.



Ouça o podcast no player abaixo ou clique aqui para salvar o arquivo (clique na seta para download).




Blog da Carol: Deewaneando.
Blog da Isa: Mania de Bolly.

Alguns filmes citados:

- Baazigar
- Daar
- Anjaam
- Dilwale Dulhania Le Jayenge
- Dil Se
- Dil To Pagal Hai
- Kuch Kuch Hota Hai
- Phir Bhi Dil Hai Hindustani
- Mohabbatein
- Asoka
- Shakti: The Power
- Kal Ho Naa Ho
- Main Hoon Na
- Veer-Zaara
- Swades
- Paheli
- Don
- Kabhi Alvida Naa Kehna
- Chak De! India
- Om Shanti Om
- Rab Ne Bana Di Jodi
- My Name Is Khan
- Ra.One
- Jab Tak Hai Jaan
- Chennai Express
- Happy New Year
- Dilwale
- Fan
- Dear Zindagi
- Raees
- Jab Harry Met Sejal

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

E... Estamos de volta?

I: Então... Queria desabandonar o KK!

Mas, porém, contudo, num layout de post ultra mega hiper mais simples. Tava pensando em ser um esquema de conversa, mas conversa mesmo, num tom mais informal. 

C: Eu queria dar um tapa no visual dele, mas não sei como. Queria um banner com duas bonequinhas.

I: Em vez de bonequinhas, porque acho que isso ia ser difícil de providenciar, podíamos utilizar fotos de artistas de que gostamos.

E assim nasceu o novo layout do Kabhi Kabhie... Bollywood.

C: Momento NOW OR NEVER!
Você queria falar de retorno, não era isso?

I: Não tem muito o que falar sobre retorno, tem? Que dê uma postagem inteira?

C: Acho que a gente poderia falar um pouco sobre como as nossas vidas mudaram, como nem mais comunidade temos e com isso, ir refletindo sobre o que estamos vendo agora.

I: Pois então... 
Como nossas vidas mudaram, Carol?

C: Pera, isso já é o post?

I: É sim. Você vai ver. Segura na mão de Deus e confia. Vai ser mais fácil pra gente.

C: Ok, então. Acredito que nossas vidas mudaram de forma definitiva, Isa. Afinal, só uma mudança forte pode justificar uma ausência de três anos, não? Ou isso, ou a preguiça.

I: Acho que a preguiça me define melhor (risos). Mas eu também tive um filho, isso ajuda? Quem lê até pensa que nasceu faz anos, e só tem nove meses, o coitado.

C: Ninguém precisa saber, tá aí sua justificativa, RISOS.

Ô, se ajuda ter um filho. Podendo escolher entre limpar cocô e escrever sobre certos filmes, quem não escolheria uma fralda suja?

No meu caso não houve bebê, mas houve a vida adulta batendo à porta. Era bem mais fácil ficar brincando de crítica de cinema durante os anos de ócio da faculdade do que depois que me formei. Sabem aquele negócio que chamam de trabalho? E aquele negócio que chamam de contas a pagar? Vieram clamar pela minha presença com força e não teve nenhum Raj me resgatando do sequestro.

I: Isso sem contar com todas as vezes em que a gente tentou sentar e escrever um post e obstáculos bateram à nossa porta, né?
Curiosamente, nos vimos mais no período de hiatus do blog do que em todo o período ativo dele. Ê vida.

C: É verdade, repentinamente ficamos super sociáveis. Então, será que poderíamos falar que realmente houve um hiato? Podemos considerar que na verdade, fizemos um KK-Bollywood versão ao vivo. O hiato foi uma ilusão. Sempre estivemos aqui. Vocês todos estão errados.

I: Concordo. Ainda mais porque, descobri hoje, temos uma postagem em Rascunho que nunca colocamos no ar. Sabia disso, Carol? Ela está completinha.

C: Pior que eu sabia e combinei com você de publicá-la pelo menos duas vezes nos últimos anos, mas sabe lá por que fui adiando. Não quero que Freud tente explicar.

I: Relaxa, eu vou deixar esse clima de suspense na mente do povo, adicionar imagens ao post e publicá-lo quando menos esperarem.

C: Agora, o público quer novidades. Posso contar uma sua?

I: Pode, mas só se for das boas.

C: Pois bem, meu povo. Isabela está perdidamente apaixonada por ESTE HOMEM.

O homem mais lindo do mundo em
um momento de descontração.

I: QUERO VER SE, QUANDO NOS CASARMOS E TIVERMOS FILHOS, VOCÊ AINDA ZOMBARÁ DE MIM!

Sabia que isso é muito cruel da sua parte? Ele é alguém que existe nos meus sonhos, mere sapnon ka raja. Vê-lo só me lembra que ele nunca poderá ser meu, e sim da Deepika. ~Lágrimas chororsas~ Bem, antes apaixonada por ele do que por alguém que tem idade para ser meu avó, né non?

C: Depois que me acostumei que não terei o corpo da Deepika, os cabelos da Deepika, os olhos da Deepika e o dinheiro da Deepika, acho que não sofreria tanto ao adicionar o namorado da Deepika à lista. É só mais um item representando a superioridade daquela mulher mesmo.

Por falar nela, novidade: agora eu a adoro, meu fiel povo do blog. Não a achava nem uma atriz regular e agora escolho filmes com base em quanto tempo de tela terei para admirá-la.

SE CERTAS PESSOAS ESTÃO FALANDO DO RISHI KAPOOR, ESPERO QUE RETIREM A COMPARAÇÃO ENTRE O MAIOR ATOR DE TODOS OS TEMPOS E ESSE FILEZINHO DE BORBOLETA.

I: Eu, ultimamente, entretanto, ando bem chata quanto a filmes indianos e seus atores, e tenho preferido dar chance a pessoas que nunca vi antes do que confiar nos meus antigos preferidos. Exceto quando se trata do meu futuro marido na Terra do Nunca, porque dele já vi (quase) todos os filmes.

TEM ALGUÉM POR AÍ que não só admira o Rishi como um tal de Rajendra Kumar. Dois avôs em potencial.

Admito que eram ambos jovens de respeito.

C: Eu sonhei que era casada com o Rajendra Kumar, gente. Ele vestia um terno rosa. Ainda não posso falar sobre o assunto sem alguma emoção. Passei dois dias tentando voltar para o mesmo sonho.

Ainda confio muito na minha galera porque... bem, minha galera é basicamente todo o mundo. Mas sabe quem ainda enche meu coração de amor a cada filme? Aamir. Sempre ele.

I: E P.K.? Nós vimos juntas, então precisamos falar sobre esse filme! Pra ontem! Aamir é como vinho, a cada ano tem ficado melhor. Ao contrário de certos Shahrukhs por aí...

Ando muito viciada em clipes dos anos 90 do Hrithik Roshan. Estou quase me internando voluntariamente num hospício, seriamente cogitando a possibilidade.

C: Gente, o Hrithik! Nem lembrava dessa pessoa. Do que se alimenta, por onde anda, como se reproduz? 

O meu vício atual são ebooks sobre Bollywood. Porque sou fina. E atores novos bonitos (olá Varun, olá Siddharth!). Porque sou... deixa pra lá.

I: E agora?

C: Agora a gente convida toda a galera a voltar a KK. Sabe por quê? Porque agora estamos mais adultas. Mais maduras.
Ok, mentira. Só estamos velhas mesmo. Mas pelo menos queremos nos divertir por aqui e acho que todo o mundo quer um pouco de animação na vida. Alguém quer vir junto?

I: Partiu! E esse é o momento, galera, sugiram o que quiserem que falemos sobre: surgiu algo, estamos topando (me senti quase promotora de eventos agora). Espero que vocês gostem, porque nós com certeza estaremos nos divertindo.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Bollywood em tela grande: Fanaa!

C: Amigos, romanos e conterrâneos! Depois de tanto tempo, só poderíamos voltar aqui para falar de algo especial. E este 'algo' foi esperado por nós durante muitos anos: finalmente um filme de Bollywood estrearia nos cinemas brasileiros. A distribuidora Bollywood Filmes foi à Índia, fuxicou aqui, fuxicou ali, bateu altos papos com a Yash Raj e trouxe Fanaa para ser exibido nas salas de cinema. Percebem a enormidade disto? Bollywood numa sala de cinema sem ser numa mostra ou em um festival!

Nós e nossos amigos ficamos todos em polvorosa com a notícia. Combinamos grupos que assistiriam ao filme em várias cidades do Brasil, fizemos contagem regressiva, relembramos momentos queridos do filme. É claro que se levantou a questão 'Por que logo Fanaa?', mas partimos do que já estava feito e apreciamos a vinda de Mr. Aamir Khan e Dona Kajoleta Devgan para as telonas. Isa, eu e nossa caravana tentamos ver o filme no New York City Center, na Barra da Tijuca, mas a experiência foi ingrata. Horários desencontrados, sessões inexistentes, atendentes desinformados, muito cansaço e dor de cabeça. Isa foi lanchar, eu fui ver Rock Of Ages (Tom Cruise, seu lindo!) e Fanaa sumiu de nossas vidas até ganharmos ingressos para ver o filme numa promoção feita na página da Bollywood Filmes no Facebook. E nos deslocamos lindas, descabeladas e sob chuva para o Recreio Shopping.

#FANAÁTICAS

I: E chegamos, quase tendo que pagar nossos tão merecidos ingressos no Recreio Shopping, mas conseguimos. Fomos direto para a sala de cinema e a emoção começou.

Devo observar que, além de nós duas, fãs desesperadas, havia um senhor e uma senhora no cinema. Isso mesmo, só quatro pessoas. E, pelo que ouvimos falar, o panorama foi basicamente o mesmo na maior parte das salas do país, durante as sessões. Infelizmente o filme não teve grande divulgação além da internet por aqui: cinemas sem cartazes, painéis com horários trocados. Mas o cinema lindo e loiro a que fomos pela segunda vez tinha um cartaz! Tanta emoção, vocês mal podem acreditar, Kajol e Aamir para todos verem.

Um pouco sobre o filme. Fanaa conta a história de Zooni (nossa linda Kajol), uma moça cega que, decidindo ir para New Delhi por uns tempos e sair da aba de seus protetores pais (maravilhosos Rishi Kapoor e Kirron Kher), conhece Rehan (Aamir Khan coraçãozinho), por quem se apaixona e decide viver uma história de amor, com direito a horas de recitais de poesia e muita canastrice.

Sabe, a lembrança que eu tinha de Fanaa quando vi pela primeira vez era de ter me apaixonado a metade inicial do filme e desprezado a outra parte. Pensando agora, penso que foi tudo um misto de elementos: diálogos, cores, músicas. Mas isso foi há muito tempo. Ali, no cinema, muita coisa na minha opinião mudou.

"Isa, tá todo o mundo da fila olhando...
AH, VOLTOU! VAI, TIRA!"

O filme segue pela linha romântica durante mais ou menos uma hora. Para nossa infelicidade, foi cortada a maior parte das músicas: Des Rangila, Dekho Na, Chanda Chamke... Creio que, ao editar o filme, resolveram cortar qualquer item musical que pudesse se tornar irrelevante à progressão do filme; mesmo que tenha ficado estranho em algumas cenas, como a apresentação musical no teatro - que seria Des Rangila - que acabou se tornando somente um discurso e avançando para a cena seguinte.

C: Já conhecíamos o filme e sabíamos o que vinha pela frente, já que a distribuidora avisou que a maior parte das músicas seria cortada. Mas nada nos preparou para a sensação de esperar pelas canções e nos depararmos com um corte abrupto a cada vez. Pensávamos que a continuidade seria mais prejudicada do que realmente foi, isto devemos confessar. Mas isto é Bollywood. É como se retirassem o coração de alguém. *drama*


Como nos sentimos quando a distribuidora cortou as músicas:



I: Então ocorre a maior reviravolta possível no roteiro: após a operação para recuperação de visão de Zooni, enquanto Rehan buscaria seus pais na estação de trem para que todos se conhecessem e pudessem planejar um futuro casamento, ocorre um ataque terrorista no meio da cidade, resultando em mortes e destruição. Por isso, antes que Zooni pudesse se acostumar ao fato de voltar a enxergar e rever os pais (sem nenhum período de recuperação, é claro, a visão voltou quase por milagre), descobre que possivelmente uma das vítimas da explosão foi seu amado Rehan, cujos pertences foram encontrados entre os destroços.



C: Daqui em diante, teremos de revelar muito da história do filme, pois é difícil falar de Fanaa sem fazer isto. Alerta de spoilers.

Sempre preferi a segunda metade do filme. Pensei que minha opinião mudaria assistindo-o em tela grande, mas o que ocorreu foi encontrar todas as razões pelas quais acho a primeira parte uma bela chatice. A principal é a eterna troca de diálogos poéticos entre os protagonistas. No começo é engraçadinho porque ajuda a estabelecer a imagem de sedutor canastrão do Rehan, mas aí vem de novo, de novo, outra vez...nunca termina. Zooni também não é lá uma personagem muito interessante na primeira metade, com sua intensa devoção às lições ensinadas pelos pais. Não digo que seja um problema ser assim, já que eles a protegeram mais que o normal devido à sua cegueira, mas também não é uma situação que traga as melhores falas da personagem. Entretanto, há algo que se insinua ligeiramente nesta parte do filme e se desenvolve no resto: sua maturidade e seu senso de responsabilidade. Zooni não se coloca na posição de vítima de um sedutor romântico. Ela sustenta suas decisões quando vai atrás do que deseja.

É na virada que o filme fica bom. Finalmente conseguimos conhecer a difícil personalidade de Rehan, que, longe de ser um conquistador inveterado, é na verdade um homem perturbado por seu senso de dever com sua causa por eleições na Caxemira. Ou melhor, perturbado por um dia ter deixado aquele senso fraquejar diante do amor sentido por Zooni. Ele claramente não consegue (ou não quer?) entender a impossibilidade de conjugar seus atos terroristas à uma vida familiar tranquila com Zooni e o pequeno Rehan. Rehan parecia ter chegado àquele horrível momento no qual você não sabe como entrou em algo, mas implora ao universo para que algo aconteça e lhe tire dali. No passado, queria fugir do amor. No presente, do terrorismo. Sempre correndo, sempre escolhendo. Me surpreendi com os olhos muito abertos, fascinada por aquele personagem tão perdido.

Não me lembrava da Tabu no filme, talvez porque não fosse feminista na época em que o conheci. Mesmo assim, qual era o meu problema? Sua personagem é a Malini Tyagi, oficial das Forças Armadas muito segura de sua própria competência que tem de lidar diariamente com um colega de profissão altamente machista. Malini tenta pensar como um terrorista para seguir os passos de Rehan, e suas (corretas) conclusões não são muito levadas a sério por seu colega. O mais legal é que ela pouco se importa, porque ao contrário daquele estúpido, ela está ali para proteger o país. Não há uma tentativa do roteiro de masculinizá-la: Malini é uma mãe presente até onde é possível e profissional altamente competente. Ela não faz discursos sobre sua eficiência, apenas age e deixa que os resultados falem por si. Ficamos animadas com a personagem durante a sessão!

E, no cinema...

C: - Caramba, olha essa mulher!
I: - Girl power!
C e I: - Girl power, girl power! *braços estendidos*

Zooni também melhora depois do intervalo, mesmo que não se torne tão instigante quanto Rehan. Kajol fez um trabalho muito bonito ao mostrar a confusão da personagem em relação aos seus sentimentos pelo soldado que ela não imaginava ser Rehan. Ela consegue se mover (fisicamente) com mais liberdade após a recuperação da visão, porém se tornou uma pessoa mais fechada emocionalmente após a ''morte'' do homem amado. Kajol conseguiu transmitir esta mudança erm relação à abertura de Zooni para a vida sem fazer com que parecesse outra pessoa. Acredito que uma atriz menos talentosa não teria dado tanta consistência à personagem. Aliás, foi seu filme de retorno após um hiato de três anos. De Fanaa em diante notei uma Kajol mais madura enquanto atriz, parecendo ter maior controle sobre suas expressões corporais, sem perder sua capacidade de encantar.

I: Bem, no final das contas, Fanaa chega a ser um bom filme, emocionante, quis chorar ao ouvir os créditos finais ensurdecedores (é, o cinema estava com o som extremamente alto). Porém ainda é questionável a escolha do filme para nós. Não é um filme que chegaria a nos atingir, como seria o caso se o filme escolhido fosse 3 Idiots. Não é um filme com uma propaganda estimulante. Não houve divulgação suficiente. Esses pequenos problemas de sempre. Mas, para uma primeira vez, foi maravilhoso podermos ter o cinema indiano em telão! Esperamos que essa experiência possa ser repetida - e com títulos melhores e mais promissores. Depois de todo esse tempo, tentamos compartilhar essa experiência com vocês.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Ilu Ilu

Estava eu, um belo dia, no ócio, e resolvi fazer algo que não fazia havia algum tempo: sair à procura de novas músicas e pérolas bollywoodianas no youtube, meu maior provedor de indianices. E eis que encontrei o seguinte...



O filme é Saudagar, e o ano, 1991. E isso é tudo que eu sei. Ou melhor, é claro que observando o clipe pude notar que é um casal que se ama (genial, Isa, "I love you, I love you"), que criou uma espécie de código nada secreto para dizer que se ama, "Ilu", e a música trata de explicar a todos que isso significa o amor entre os dois. E que tudo é muito, muito brega.

E o que me chamou a atenção em primeiro lugar foi a Manisha Koirala e seu cabelo super fashion. Eu me espantei ao perceber que estou muito acostumada a vê-la em papéis sérios ou tristes, que ver todo aquele estilo cocotinha colorida me deixou curiosamente surpresa. Até porque eu a acho uma moça bem bonita, sabe. 

Depois, comecei a reparar melhor no clipe em si. A musiquinha é tão bonitinha. Batida leve, vozes suaves, tudo obviamente romântico e fofo. O rapaz, que eu não fazia a menor ideia de onde era, mas me parecia familiar, a Carol fez questão de esclarecer quem é: um ilustre desconhecido. Ou Vivek Mushran Anand Irani, como preferir. Acho tão bonitinha a parte quando ele fecha os olhos e mexe o pescocinho e canta "ilu ilu" *batidinha* (1:26). 

Porém, o que mais me chamou a atenção nisso tudo foi a ambientação. Os pequenos detalhes que tornam Bollywood para terceiros um festival de Rivaldos, Saiam do Lago e Desculpa. Aqui vão alguns:

O que são aqueles dançarinos da primeira parte do clipe? Alguém se habilita a me explicar? Tem um lindíssimo espécime hippie policial que, Jesus...

Ele também ama todos nós, dá saltinhos e rebola!

As tiazinhas da segunda parte que acompanhavam a Manisha também não ficaram pra trás. Com direito a perguntar "que diabos é Ilu?" com a maquiagem na mão, roupas chiques e jóias (para caracterizar que são umas patricinhas inúteis, provavelmente), expressões forçadas e piscadinhas estranhas durante o close (2:56). E, se vocês repararem, há um mix espetacular no tempo, nessa mesma parte: de manhã para entardecer, de entardecer para manhã. Queria poder fazer isso com o meu dia também.

Agora vem o ápice do clipe... Ursinhos de pelúcia em balanços! Eu não consigo fazer com que isso tenha algum sentido, mas acabei de pensar em alguns: pode ser porque é fofinho (e extremamente... retardado) ou porque o nosso filho do Dev Anand tenha dado a ela no decorrer do filme. Bem, isso só poderei saber assistindo ao dito-cujo. Consideremos tal possibilidade.

Outra coisa que também ocorre e é algo que sempre me irrita em se tratando de clipes indianos, é o fato de mais de uma pessoa ter a mesma voz. Ok, gente, eu entendo que seja só dublagem, mas cantores lá no Hindustan não faltam; o que custava ter contratado mais algum pra fazer com que a mãe do rapaz não tivesse a mesma voz da Manisha, e tal? 

E então, pra fechar com chave de ouro, quem nos aparece? Observem um pouco melhor os últimos minutos do clipe e a resposta virá rápido aos mais atentos. Com uma roupa de dar inveja aos rubro-negros e uma barbicha da última moda em Paris, ele, o pai de todos, Anupam Kheeerrr

Contudo, no final das contas, parece que eu me apeguei bastante à musiquinha e fiquei com vontade de ver o filme e entender o contexto. Quem sabe daqui a um tempo eu não venha a postar sobre Saudagar e mate a curiosidade sobre os ursinhos de pelúcia? Eu sei que é uma questão intrigante e que quem ler ficará com vontade de entender. Mas por enquanto me despeço, e até mais. :D